Lino Tavares
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A colunista Rosane Oliveira diz em artigo no jornal Zero Hora que os que pedem intervenção militar deveriam se dar conta de que no tempo do “Regime Militar” greves como essa dos caminhoneiros não eram permitidas. A articulista diz a verdade, porque realmente todo e qualquer movimento de paralisação que provocasse o desabastecimento da população, tanto de gêneros e produtos hospitalares quanto de serviços essenciais, como distribuição de luz, energia, água e gás de cozinha, era proibido por lei, considerando que o interesse coletivo está muito acima dos interesses corporativistas das diversas categorias profissionais. Logicamente, Rosane Oliveira quis conduzir o raciocínio dos leitores no sentido de os fazer acreditar que proibições dessa natureza atentam contra esse direito consagrado do trabalhador, sem levar em conta que ele não se estende a todas as categorias, mesmo no regime democrático, uma vez que os próprios militares são proibidos de realizar paralisação reivindicatória seja a pretexto do que for.
Mesmo em relação às greves enquadradas nos dispositivos da lei, não pode existir atitude impositiva, atropelando o direito de ir e vir, tampouco impedindo que qualquer trabalhador que se disponha a não aderir ao movimento grevista exerça sua atividade profissional, havendo condições funcionais para isso. Seria bom que os formadores de opinião da mídia, ao defenderem sues pontos de vista, colocassem em realce nas suas apreciações todos os pormenores que envolvem os fatos acerca dos quais se reportam, para que o público alvo a que se destinam sua matérias jornalísticas esteja sempre bem informado para concordar ou discordar, de forma consciente, como que lhe está sendo posto midiaticamente como lídima expressão da verdade.
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