Nas extremidades de todos os modais haverá necessidade do TRC para alimentar as cadeias de suprimentos.
Antonio Carlos da Silva Rezende
O principal modal de transportes continua sendo o rodoviário:
Todos os que se interessam pelo assunto há pelo menos 20 anos e até aqueles “palpiteiros de última hora” tem alertado sobre o risco e o custo que representam os aproximadamente 60% das cargas sendo transportadas pelo modal rodoviário.
Acompanhamos sistematicamente todas as notícias e seminários sobre o tema e desde a muito persistem as promessas/projeções que tal cenário mudaria.
Assistimos a casos hilários, cerca de dois anos em uma palestra apresentada pela recém empossada equipe/diretoria da ANTT – Agência Nacional Transportes Terrestres, apresentou “orgulhosamente” o plano de expansão da malha ferroviária, e a plateia caiu na risada, porque o mesmo já plano havia sido anteriormente apresentado e absolutamente nada havia evoluído, salvo alguns casos desastrosos com a ferrovia Norte-Sul envolvida em inúmeros escândalos e que não opera até hoje.
Bem, além das críticas ao modal ferroviário devemos citar a cabotagem que deveria ter papel preponderante em um país com quase 8.000 quilômetros de custa, que evolui muito vagarosamente.
Voltado ao tema TRC devemos ainda ressaltar alguns dos temas (tratados em artigos que o IMAM publicou nos últimos quinze anos) que descrevem, além do desequilíbrio da nossa matriz de transportes, problemas de infraestrutura das rodovias, boa parte da frota obsoleta, segurança, conflito de interesse entre transportadores (que facilitam demais a entrada …) e de embarcadores (que salvo exceções praticam leilões de preços, independente da qualidade), etc.
Devemos ainda lembrar que as dificuldades relatadas dizem respeito as distâncias maiores que 300 km para as quais os modais ferroviário e cabotagem são mais adequados, entretanto para curtas distancias inevitavelmente será necessária a utilização do TRC, ai alterando o porte/capacidade dos caminhões, inclusive considerando as limitações de circulação nas áreas urbanas.
E como chegamos ao caos:
Além dos problemas descritos acima, obviamente houve um grave descuido do governo, por tratar o tema apenas do ponto de vista da macroeconomia e não contar com o apoio técnico de agências técnicas, reguladoras, como a ANTT, por exemplo, ou órgãos privados como a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e sindicatos, obviamente levando em consideração os aspectos macro e microeconômicos, além dos políticos, que são os mais delicados, principalmente em época de eleições.
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