Empreendedorismo feminino é um assunto que ganha força a cada dia.
O número de mulheres que empreendem, empregam e que depositam marcas e patentes no Brasil tem aumentado a cada ano, conforme demonstram estatísticas realizadas desde 2008 por diversos órgãos, empresas e índices (entre eles o IBGE, Instituto Nacional da Propriedade Industrial, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua e Sebrae). Mesmo assim, a participação feminina não é tão reconhecida pelos homens e pelas próprias mulheres, o que ocorre de forma inconsciente devido a uma cultura milenar que colocou a mulher como protagonista de outro cenário, que não o empreendedor.
Não se trata de femismo, a ideologia que prega a superioridade feminina, mas de reconhecimento, pois é de extrema importância que homens e mulheres andem lado a lado. Mulheres e homens que empreendem encontram dificuldades para tal, que são naturais do empreendedorismo, pesquisa e mercado de trabalho.
Mas, em que pese as dificuldades naturais do cenário empreendedor, é fato e está longe de ser uma novidade, que as mulheres sempre encontraram maiores dificuldades que os homens devido a cultura já mencionada, entre outros aspectos. Ganhamos menos que homens, mas mesmo assim, o percentual de inadimplência entre mulheres empreendedoras é menor do que o percentual masculino. Temos uma série de dificuldades que os homens não possuem e vamos lidar com isso, como sempre fizemos e vamos resolver todo e qualquer desafio.
Nunca fomos consideradas “arrimo de família” historicamente, mas pesquisas mostram que mais de 50% de empreendedores são mulheres, que consequentemente empregam outras pessoas. Quando se fala em pesquisa e desenvolvimento, temos em mente nomes masculinos de cientistas, mas o número de mulheres brasileiras cientistas já corresponde a mais de 49%, considerando o território nacional e alguns países da Europa – e são mulheres premiadíssimas em suas áreas. Quanto às patentes, sabemos que os maiores depositantes são universidades e multinacionais, mas em termos de pessoas físicas, quem lidera o ranking é uma mulher! No mundo das startups, a tendência é a mesma, o número de CEO’s mulheres em empresas consideradas “unicórnios” aumentou.
Mas, por trás de patentes, tecnologias, inovação, empreendedorismo e o reconhecimento feminino, têm um viés muito mais humano e social. Ao se fazer empreendedora, a mulher possui maiores chances de contribuir com a sociedade e além disso – e mais profundo, de cessar, se existente, o ciclo de violência contra ela e sua família. Então, qual o motivo de ainda não sermos, de forma geral, reconhecidas, por homens e mulheres, com os mesmos méritos de um empreendedor?
Aos homens – e às mulheres – fica aqui meu apelo, para essa tomada de consciência.