O Projeto Mães em Quarentena é uma iniciativa independente e colaborativa de mães vivendo a realidade do confinamento em diferentes contextos

Trouxe aqui em análise muito real das vivências do cenário de três mães e suas realidades vividas na quarenta.

Mesmo não tendo participado do projeto e tendo-o conhecido apenas após sua conclusão, me sinto parte dele.

Explico: Me sinto parte pois, simplesmente, me vejo em muitas das situações e realidades aqui apontadas.

O Projeto Mães em Quarentena é uma iniciativa independente e colaborativa de mães vivendo a realidade do confinamento em diferentes contextos

De modo geral, a análise feita por esse time de mães mostrou que:

– As brechas e desigualdades de gênero decorrentes da tríade “maternidade-cuidados-trabalho” parecem afetar as mulheres mães de forma transversal, apesar das diferenças e desigualdades significativas entre elas, de acordo com a renda, classe social e raça.

– As atividades de cuidados não são percebidas e valorizadas como trabalho em uma sociedade que é regida pelo capital. E, apesar da intensa dedicação, as mulheres se sentem improdutivas quando realizam estes trabalhos valiosos mas “invisíveis”, já que são avaliadas a partir desse mesmo parâmetro de produtividade.

– O desequilíbrio na distribuição das tarefas de cuidado, da educação e de responsabilidades entre homens e mulheres, apesar da maior presença deles em casa durante a pandemia.

– As mães como suporte emocional da casa e de familiares, mas sem tempo ou cuidados para si.

–  O desafio de despertar o interesse e trazer os homens para o debate dessas questões da conciliação e parentalidade, sejam eles parceiros, companheiros de equipe ou chefes.

–  As mulheres ainda participam pouco da construção de politicas, soluções e decisões sobre a conciliação, rede de apoio, parentalidade e corresponsabilidade, mas são afetadas diretamente por elas.

–  A cadeia de dependência que une mulheres quando necessitam terceirizar os cuidados a outras mulheres, em geral mais vulneráveis, reproduzindo as desigualdades.

– A falta de infraestrutura, políticas públicas, recursos e investimentos para apoiar os cuidados de todos os tipos (e que fomentam a dependência de serviços individuais ao invés de soluções coletivas e universais).

– Os inúmeros desafios “ocultos” vividos pelas mulheres mães para se manterem no mercado de trabalho.

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