O Dia Nacional da Saúde no Brasil foi criado pelo então chamado Ministério da Saúde e da Educação e Cultura com o objetivo de implementar ações de conscientização da população
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Por Dr. Rodrigo Garcia, cirurgião robótico pediátrico
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No dia 5 de agosto comemoramos o Dia Nacional da Saúde no Brasil. A data, inserida no calendário oficial do país em novembro de 1967, é uma homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Cruz, que nasceu há 150 anos, em 5 de agosto de 1872. Personagem muito importante na história do combate e erradicação de epidemias no Brasil, Oswaldo Cruz fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Federal, que oito anos depois foi rebatizado com seu nome atual, Instituto Oswaldo Cruz.
O Dia Nacional da Saúde no Brasil foi criado pelo então chamado Ministério da Saúde e da Educação e Cultura com o objetivo de implementar ações de conscientização da população sobre importância de cuidar bem da saúde. Ser saudável, aqui, não se restringe à ausência de doenças. A meta é estimular a adoção de hábitos saudáveis pela população, como a prática de atividades físicas, uma boa alimentação (livre de comidas processadas e ultraprocessadas), a ingestão necessária de água e também cuidados com a saúde mental, reservando um tempo para lazer e descanso.
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Esse estilo de vida contribui para a prevenção de muitos problemas de saúde, mas é interessante notar como a medicina evoluiu através dos anos, tornando-se uma valiosa parceira da humanidade no combate a doenças. Se no início do século passado Oswaldo Cruz teve que convencer seus pares de que algumas teorias estabelecidas não eram verdadeiras (ele descobriu que a febre amarela era transmitida por um mosquito e não pelo contato com suor, sangue ou roupas de infectados, como se imaginava até então), hoje a tecnologia avança de forma tão rápida que já permite até a intervenção de um médico que pode estar a quilômetros de distância do paciente. É o que acontece com as telecirurgias robóticas, por exemplo.
Estamos vivenciando o início da utilização de computadores e da internet e isso marca uma nova era na medicina. É importante, porém, que não se permita que toda essa tecnologia atrapalhe a relação médico-paciente. Nós, médicos, precisamos estar sempre presentes na relação e nunca deixar que distância prejudique esse relacionamento.
O Brasil ainda tem muito para se desenvolver na medicina e sabemos que outros países estão bem à nossa frente. Por outro lado, o médico brasileiro é considerado um profissional competente, habilidoso e mais “humano”.
Caminhamos para um momento em que o avanço da tecnologia permitirá que o médico seja substituído por máquinas em algumas situações. Na interpretação de exames laboratoriais, por exemplo, isso já acontece. Por isso é preciso retomar uma postura mais humanizada para não cairmos na automatização dos atendimentos.
Muito se fala sobre a humanização na medicina, mas nem tudo é colocado em prática. De um modo geral, os pacientes mais lembrados são os que têm doenças terminais. Contudo, isso precisa mudar para que todos os pacientes, em qualquer situação, sejam tratados de forma mais humana e atenciosa.
A ciência está avançando em alta velocidade em conjunto com a tecnologia. Sequenciamento do DNA, descoberta de novas moléculas, avanço nas vacinas, transplantes, cirurgias minimamente invasivas, tratamento de doenças com nanotecnologia… Tudo isso, evidentemente, deve ser celebrado pela medicina. Mas o médico deve continuar sendo a referência, em vários sentidos, para seus pacientes. Ele é técnico, mas também amigo, confidente, espiritual e humano.
Manter esse comportamento é tão importante quanto os avanços da ciência. A relação médico-paciente deve ser plena para garantir o bem-estar da pessoa que está em tratamento. A ciência já comprovou que os pacientes com bom relacionamento com o médico atingem melhor os seus objetivos.
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Sobre o Dr. Rodrigo Garcia
Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí, fez residência médica em Cirurgia Geral na Santa Casa de Misericórdia de Campinas e em seguida especializou-se em Cirurgia Pediátrica pela PUC-Campinas. Atuou como cirurgião em quase todos os hospitais de Campinas. Primeiro médico cirurgião habilitado em Cirurgia minimamente invasiva, com ênfase em cirurgia robótica e cirurgia robótica pediátrica no interior do Estado de São Paulo; tem habilitação também em cirurgia laparoscópica pediátrica. Atua ainda em cirurgias do aparelho digestivo, do aparelho urinário, do tórax, cirurgias ambulatoriais e no serviço de cirurgia de urgência pediátrica. Mestre em Ciências da Saúde pela PUC-Campinas. É preceptor do programa de Residência Médica de Cirurgia Pediátrica do Hospital da PUC Campinas; foi coordenador do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Vera Cruz Hospital por oito anos e é membro da Comissão de Ética Médica do Vera Cruz Hospital, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica e também membro da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica.
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