Clara Toledo Corrêa
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O cenário hoje ainda a ser desbravado pelas startups teve seus primeiros alicerces levantados há 20 anos por meio de empresas e instituições que visavam o âmbito de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Desde então, tentamos construir uma nova base econômica de grande potencial, porém, ainda desnutrida. Embora todo esforço e construção realizados durante esses 20 anos tenham movimentado estimados R$ 400 milhões em investimentos e retorno ao ano, ainda podem ser considerados tímidos e insuficientes para destacar nosso País, diante do mundo no cenário das startups. No entanto, os resultados começam a aparecer, como na região de Campinas, importante polo econômico do Estado de São Paulo, que em razão da presença da Unicamp, gera por volta de 22 mil postos de trabalho.
Essa base ainda é desnutrida devido ao grande tamanho de nosso mercado interno e o receio de investidores estrangeiros diante de nosso mercado empreendedor. Embora contemos com boas aceleradoras de startups – empresas privadas que possuem capacidade de investimento próprio, agregando investidores, pesquisadores e empreendedores e que compartilham todo o conhecimento para orientar novas empresas que nascem ou que buscam o crescimento e até incentivo público, como a Fapesp no Estado de São Paulo, todo esse esforço não está surtindo os efeitos desejados, ou esperados.
É evidente que ainda não atingimos o mercado externo, já que contamos com um mercado consumidor interno considerável, bem como não oferecemos segurança às figuras conhecidas como “Players”, o que chega a ser contraditório diante de informações que nos revelam que o Brasil vem sendo considerado um bom País para se investir em tecnologia. Mas, isso pode ser desvendado quando evidenciamos que muitas das startups não possuem marcas, patentes e direitos autorais (softwares) registrados, assim como uma infinidade de contratos não formalizados ou mal elaborados. Ou seja, os requisitos básicos para garantir a qualquer investidor o que eles desejam: Segurança. Pelo menos o mínimo de formalidade diante de um mercado que trabalha com a incerteza – pois, sim, esses investidores arriscam em “ideias” que podem não vingar.
Ainda é necessário termos em mente que, além dessas formalidades, representando um mínimo de segurança, inclusive, para os próprios fundadores de tais empresas, muitos investidores pretendem expandir, crescer e ir muito além do mercado interno.
Mais uma vez, vislumbramos que os empreendedores brasileiros possuem a “faca e o queijo” na mão, mas ainda há muito para mudar em termos de mentalidade. Resta agora saber, se o Brasil continuará a ser o País do futuro para as gerações que estão por vir e se tais gerações vão sentir o sabor do futuro que esperamos até hoje acontecer.
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