Campinas, o Vale do Silício brasileiro, ainda enfrenta problemas de uma pequena província
Considerada o Vale do Silício brasileiro, Campinas está muito a frente de grandes cidades do globo em termos de inovação, tecnologia, estudos e pesquisas. A cidade do futuro, portanto, por alguns assim considerada, ainda enfrenta problemas de uma pequena província, por assim dizer. Mas, seria essa característica algo ímpar e peculiar dessa região ou algo que assola o País como um todo?
Por óbvio, se estudarmos um pouco mais a fundo, o Brasil sempre teve características singulares, mesmo diante da globalização – por sorte ou falta desta, por exemplo, o cenário econômico brasileiro, inclusive, se diferencia do resto da América Latina. Mas, e quanto à inovação e tecnologia? Qual o motivo de enfrentarmos essas dificuldades? Já que quanto à inovação e tecnologia não dependemos somente do governo. Lógico, ainda dependemos muito da iniciativa pública, mas não vivermos dela apenas, assim como cada vez mais a iniciativa privada cresce, mesmo que em passos mais morosos de uns tempos para cá.
Essa dificuldade é percebida em programas de aceleração de ideias, pessoas e startups, etc. dentro de instituições públicas e privadas. Daí, você me pergunta: Ok, mas e o que é aceleração? Aceleração é um termo usado para um programa ou processo de validação de ideias e empresas. Seria como constatar em um curto período de tempo todas as possíveis variáveis de mercado para uma empresa que está para nascer ou já nasceu há um tempo, mas por algum motivo não cresce mais e necessita buscar investimentos e outros recursos.
Bom, mas voltando ao problema, portanto, ele não está nos recursos oferecidos na aceleração ou na dificuldade de abrir uma empresa no Brasil – cenário que todo empreendedor brasileiro conhece e desgosta um pouco, nem na falta de tecnologia. O problema deixou de ser o registro de propriedades intelectuais e industriais, deixou de ser o recurso investido em pesquisa e se evidenciou como uma dificuldade emocional e de mentalidade.
Obviamente que qualquer pessoa que lança uma ideia, inventa um processo ou um objeto (patente), cria um modelo de negócio, gera uma marca, se apega a sua criação (o que é natural). Entretanto, no ambiente de aceleração e de “weekends” (finais de semana voltados à aceleração), o apego não é visto com bons olhos, podendo significar mais o fracasso do que o sucesso da inovação.
Mas, o problema não está pontualmente apenas nesse ecossistema e sim na sociedade como um todo, já que esse “microcenário” nada mais reflete do que uma realidade externa a ele. Assim, o que percebemos é que, embora o ambiente de inovação, de tecnologia, empreendedorismo, pesquisa e desenvolvimento seja um local de mentes brilhantes e abertas, ainda encontramos pessoas com restrições em colaborar e se abrir. Isso resulta em uma não compreensão do meio e em um impasse ao ecossistema. Porque, além de afastar novas ideias, distancia cada vez mais empresários investidores ou patrocinadores.
Portanto, não basta termos acesso à tecnologia de ponta, sermos o lar do Sirius – maior estrutura de aceleração de partículas do país – a terra da Unicamp, que sempre alavancou o país no ranking de patentes mundiais; ou sermos considerados o Vale do Silício brasileiro se não mudarmos a nossa mentalidade, se não estivermos abertos, definitivamente, ao novo, ao cenário colaborativo. Se assim continuarmos, corremos o risco de sempre sermos o País ou a cidade do futuro e esse futuro nunca chega.
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