Durante os seis anos em que trabalhei com segurança na esfera pública, pude comprovar na prática que o uso dos analíticos é determinante para o sucesso no combate à criminalidade, principalmente quando tratamos do roubo de veículos.

Se não há um trabalho ostensivo e intensivo de fiscalização combinado ao uso de tecnologias específicas para este fim, a investigação dos casos de roubo e a recuperação dos veículos torna-se uma tarefa mais difícil. O cenário é ainda mais complexo nos locais onde a ação dos criminosos gera grande repercussão, preocupa a população e incomoda as autoridades, como é o caso da maioria todos os estados do Nordeste brasileiro. Destes, o Ceará foi o que entendeu de forma pioneira a importância e o papel dos analíticos como ferramentas de auxílio à segurança pública, transformando de forma definitiva o combate à criminalidade.

O uso do LPR (“License Plate Recognition”, ou “Reconhecimento de Placas de Veículos”) sem dúvida ajuda muito as forças policiais e de segurança cearenses. Como o próprio nome diz, esse recurso permite a identificação da placa de um veículo através da leitura realizada por uma ou mais câmeras. Com o LPR, tornou-se possível recuperar veículos roubados em todo o Ceará, e ainda colocar em atividade um sistema que compreende uma espécie de cerca virtual e corredores de tráfego, que permite às autoridades efetuar o monitoramento em tempo real. Agora, é possível não só acompanhar o trajeto de um veículo roubado, como também acionar uma viatura que esteja próxima a este para realizar a abordagem.

 

Pode parecer simples – e, de fato, é. Só que, quando paramos para pensar como o controle era realizado até bem pouco tempo, podemos ter uma ideia de como a evolução tecnológica ajudou a otimizar processos.  Antigamente, os boletins de ocorrência eram o principal recurso que os policiais dispunham para tomar conhecimento do roubo de um veículo. É claro que também contávamos com planilhas, mas era o discernimento do policial, ao registrar a ocorrência, que fazia toda a diferença. Com o uso dos analíticos, foi possível padronizar processos, evitando possíveis falhas e gerando mais assertividade. Sem dúvida, um ganho inestimável.

Sem o uso dos recursos tecnológicos, é necessário aumentar o efetivo. Com os analíticos, é possível utilizar o efetivo policial de forma eficaz, potencializando a segurança pública. A ISS teve um papel fundamental na introdução e na consolidação do uso de algumas das tecnologias que, hoje, fazem a diferença no trabalho das instituições que zelam pela segurança pública do Brasil. São vários os desafios para a implantação dos analíticos na esfera pública, e eu acredito que com a implantação do Sistema Unificado de Segurança Pública – criado para integrar a segurança pública em nível nacional, com um fundo de incentivo e auxílio às políticas de segurança pública nacional – irá promover a tão esperada padronização das ações de segurança pública. Isso resultará em um ganho em escala muito grande, com as polícias mais integradas e mantendo comunicação de forma constante. E, em meio a tudo isso, os analíticos seguirão como protagonistas neste cenário, contribuindo para viabilidade das ações e mostrando que o uso da tecnologia veio para ficar.

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