Como o direito combate os perigos do mundo online

O crescimento do uso da internet por crianças e adolescentes trouxe grandes benefícios, mas também expôs esse público a novos perigos. Com cada vez mais jovens inseridos em plataformas digitais, seja em jogos online, redes sociais ou aplicativos de comunicação, o direito brasileiro tem buscado se adaptar para oferecer proteção eficaz contra os riscos que esse ambiente pode apresentar.

Segundo uma pesquisa do NPD Group, 63% das crianças e adolescentes entre 2 e 17 anos utilizam dispositivos como smartphones, PCs e consoles para jogar online. Com essa presença digital massiva, surgem preocupações quanto à exposição desses menores a conteúdos inadequados, cyberbullying, golpes financeiros e, em casos extremos, o aliciamento por criminosos. Esses perigos tornam fundamental a criação de um ambiente seguro e regulamentado para o uso da internet por crianças.

Limites e supervisão no ambiente digital

Luana Mendes Fonseca de Faria, advogada e CEO da Staff Guild Gamer Support, destaca a importância de um acompanhamento ativo dos pais e responsáveis sobre a atividade online das crianças. Ela ressalta que, apesar da crescente familiaridade das crianças com a tecnologia, é necessário estabelecer limites claros. “Hoje em dia, o acesso à tecnologia se tornou mais simples, o que aumentou seu uso entre crianças e adolescentes. Mas, para que esse uso seja saudável e seguro, é necessário importar certos limites e combinados”, afirma Luana.

Luana Mendes acredita que isso não significa privar os jovens da tecnologia, mas sim orientar seu uso de forma responsável. A especialista Thereza Rodrigues, diretora do projeto Mãe Pixel, reforça a necessidade de educar as crianças sobre os riscos e os cuidados que devem tomar no ambiente online. “Os jovens de hoje enfrentam desafios diferentes das gerações passadas, e o bom uso da tecnologia é indispensável para o seu desenvolvimento. No entanto, isso exige atenção e educação para que os perigos não se sobreponham aos benefícios”, destaca Thereza.

Desafios e perspectivas futuras

Luana Mendes enfatiza que “embora as leis brasileiras ofereçam uma base para a proteção de crianças e adolescentes na internet, o cenário tecnológico está em constante evolução, o que exige atualizações frequentes nas estratégias de combate aos crimes cibernéticos”.

Segundo a advogada, “a colaboração entre governo, empresas de tecnologia e a sociedade é essencial para que a proteção seja eficaz e para que o ambiente online seja cada vez mais seguro para os menores. A supervisão dos pais, é uma das formas mais práticas de proteger as crianças dos riscos da internet. A educação digital é a chave para garantir que os jovens possam usufruir da tecnologia de forma segura, consciente e produtiva”.